- edit, 24.XII.2010: fotos, yey! nem por isso são das mais interessantes visto que, nos locais de laurissilva estávamos "em xeque" por causa do tempo e não houve tempo para fotos)
Pouco tempo depois da última expedição (Pico II), segui para Santa Maria (II) uns dias mais tarde, para ir recolher os pitfall que foram colocados na 1ª expedição. Como nessa expedição o tempo esteve do pior tinha também que, juntamente com o Pardal, fazer os batimentos, para completarmos as amostras.
No dia de chegada, ao sair no aeroporto de Vila do Porto, (assim chamada porque por muito tempo o seu aeroporto era o único a fazer voos internacionais nos Açores) reparamos que viajamos com o António Guterres. Muito indelicado da parte dele não nos ter vindo cumprimentar… :p
No 1º dia de trabalho de campo, acabámos por ser obrigados a fazer turismo, já que houve confusões com a agência de viagens e não tínhamos carro de aluger senão pelas 8 da noite. Fomos dar uma passeata pela zona da Sucata, a parte mais árida de todos os Açores, que fica na zona do aeroporto. Foi realmente uma novidade para mim ter bons e abundantes calhaus para levantar, como normalmente acontece por terras continentais! Ainda apanhei umas aranhas e terei capturado um juvenil de Oonopidae que deverá pertencer a uma espécie não relatada para os Açores e trouxe uma fêmea de Theridion melanostictum, um pequeno Theridiidae que também ainda não estava citado. Esta captura foi confirmada com um macho que capturei dias mais tarde, na casa-de-banho da Universidade, na Terceira, provavelmente mais uma introdução. O nosso passeio pela Sucata culminou na 1ª cache de Santa Maria, junto ao Ilhéu da Vila.
Os dias seguintes, já com carro, foram dedicados ao trabalho de campo, todo ele concentrado na zona do Pico Alto, que se trata do único sítio em toda a ilha que ainda conserva alguma vegetação laurissilva, sendo inclusive o refúgio de 4 espécies de escaravelhos endémicos do género Tarphius. Nas pausas para os almoços, tempo para achar mais algumas caches, como a do Farol Gonçalo Velho e a do Barreiro da Faneca.
Em Santa Maria pude também observar um Monumento Natural Regional, que se trata do único afloramento calcário presente nos Açores, onde se podem encontrar inúmeros fósseis de moluscos incrustados na rocha, além de algumas pillow-lavas que, ao contrário do que normalmente acontece, estavam acima do nível do mar.
Nota também para o facto de nós termos apanhado as festas da Vila do Porto, que até tinham uma pequena exposição sobre o ambiente, com especial foco para o que se pode encontrar em Santa Maria. Inclusivamente, no penúltimo dia da nossa estadia, apanhámos o Rally, mesmo antes de jantar, que nos barrou o acesso à nossa habitual casa de pasto, durante pelo menos meia hora ou 45 minutos (tanto barulho… :/ ).
No último dia, triagens de lab de campo de manhã e à tarde um tour de carro.
Ah! A nível de geocaching, nunca uma ilha açoriana fora tão produtiva: 5 caches encontradas em 5 caches possíveis! Na foto abaixo, eu loggando a cache do Farol Gonçalo Velho.
No dia do regresso, o vôo não era directo para a Terceira, e tive que fazer escala em São Miguel, e acabo por descobrir que no avião seguia também o “grande” Marco Paulo! Que horror! :D
Bem, foi a única vez que visitei Santa Maria, e apesar de ser uma ilha com uns recantos interessantes, não penso que cá voltarei tão cedo, dada a distância à Terceira tornar o acesso de barco consideravelmente mais difícil.
Overall: uma semana agradável, mesmo com o Pardal a ressonar na cama ao lado, se bem que no final desta semana já estava cheio de vontade de voltar para a Terceira já que vem aí a Sandra!
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