sábado, 20 de fevereiro de 2010

Venenos Animais no Porto

No sábado dia 20 de Fevereiro desloquei-me ao Porto, a convite da Associação Juvenil de Ciência (núcleos de Porto e Braga), para participar num debate informal sobre venenos animais, obviamente, falando dos animais que mais me fascinam.
Seria a primeira vez que conduziria até à "Inbicta" mas a viagem correu às mil maravilhas e foi facílimo dar com o local, que ficava na alta portuense.
O debate foi junto com José Teixeira (CIBIO) que falou sobre Anfíbios e Répteis e de Joana Lobo Antunes da ERISA, que iria falar sobre a aplicação das toxinas animais, mais concretamente em fármacos.Quando me dei por mim junto da malta nova que estava lá, fiquei logo a saber que foi escusado ter andado a ler artigos técnicos, pois certamente não me iria meter a falar de sinapses nervosas (onde actuam algumas toxinas de algumas aranhas) nem de transgénicos (há estudos sobre a produção de plantas transgénicas a produzirem toxinas de aranhas). Como não tive muito tempo nos dias anteriores para preparar um powerpoint que me ajudasse durante o dito debate, tive uma pequena conversa com a audiência sobre a existência (ou não) de aranhas potencialmente perigosas na fauna portuguesa e enquanto me socorria do computador disponível para googlar certas coisas com 8 patas, lá saltava uma questão da audiência. No final, acabei por ultrapassar o meu tempo sem usar sequer powerpoint, tantas eram as questões.
No final, foi um evento que valeu a pena e, apesar de não estar sala cheia (era sábado de manhã!) estavam lá pessoas interessadas em saber mais. Ainda fui dar um giro pela alta do Porto, almoçar uma francesinha com a malta jovem e voltei calmamente para Coimbra.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Aranhas de Porto Santo e Selvagens

Foram publicados recentemente no Boletim da Sociedade Entomológica Aragonesa duas pequenas publicações de carácter faunístico sobre as aranhas de Porto Santo e Selvagens, respectivamente.
Tive a oportunidade de visitar Porto Santo devido a um estude de impacto ambiental e de receber aranhas da Selvagem Grande capturadas pela equipa do Parque Natural da Madeira.
Foram encontradas 15 espécies não relatadas para Porto Santo e 9 para as Selvagens, o que ainda é considerável, dado o baixo número de amostras/exemplares obtidos para análise. Além disso, estou, juntamente a descrever uma nova espécie de Gnaphosidae nas Selvagens e existe material de 3 géneros diferentes de Porto Santo que penso consistirem em correspondentes (3) espécies novas de aranha para ciência, apesar de ainda só ter 1 dos sexos. É portanto provável que a secção de "Island endemics" de Porto Santo seja maior do que aquela que está representada no gráfico abaixo, e tal hipótese é sustentada pelo facto de Porto Santo ser uma das ilhas mais antigas do arquipélago da Madeira e portanto ter passado mais tempo, o que poderá ter levado ao aparecimento de novas espécies.De notar também que a fauna das Selvagens não partilha senão uma espécie com a fauna endémica da Madeira, e mesmo essa não está determinada com toda a certeza já que a descrição original de Zimirina lepida é bastante antiga e não há bons desenhos disponíveis, bem como a descrição do macho. Mas é um facto que se apresenta como lógico se tivermos em conta as distâncias das Selvagens em relação à Madeira (300 km) e às Canárias (180 km).
Também de algum interesse foi o aparecimento de Synaphris saphrynis na Selvagem Grande, sendo que esta espécie foi descrita de Espanha Continental! Como as estruturas do palpo masculino são de difícil observação à lupa binocular foram efectuadas fotografias de SEM e como se pode comparar com a descrição original aparentam não existir diferenças entre os espécimes. E como há 3 espécies descritas das Canárias (o seu estatuto taxonómico ainda está por ser confirmado por outros investigadores além do taxonomista que descreveu as spp), o facto de uma espécie de 2 mm ter aparecido num rochedo no meio do Atlântico e em Espanha Continental é no mínimo intrigante.
De salientar também que muitas das spp que se revelaram como novas para estas ilhas são spp comuns e tal facto só ilustra o quão mal estão ainda conhecidas as aracnofaunas das nossas pequenas ilhas. Futuras expedições deverão revelar mais novidades.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Retro gaming II

Espaço e altura para deixarmos um pouco o mundo aracnológico e voltarmos atrás no tempo dos computadores que tinham jogos que carregavam com gravador de cassetes.
Menos conhecido que o Frogger, que mostrei num post anterior, há um jogo que fazia as delícias do pequeno Crespo: o Chuckie Egg.
Neste jogo somos um boneco que tem de colher todos os ovos presentes no mapa, saltando de plataforma em plataforma e desviando-se das aves que os tentam defender (podem ser gansos, patos, avestruzes porventura, mas efectivamente isso não interessa).
A beleza deste jogo está também em algo que não consigo mostrar por aqui, que é o som do jogo. Cabe ao leitor experimentar por si mesmo, e das duas uma: ou não se consegue ouvir nem mais um minuto do jogo ou então é uma comédia total e fica-se viciado a jogar, ao som do subir de escadas tiritante e dos saltos.
Aqui o link para a versão mais fiel do original Chuckie Egg.
Para voltar ao nível inicial depois do "game over" pelos vistos é preciso recorrer ao f5/refresh, já que a página reinicia o jogo no nível onde ficaram, quando começam a jogar novamente.
High score: Nível 15, 35.740 pontos (19.II.2010)
Para as meninas que não aguentem com o som old-school do jogo aqui uma versão mais pipi do Chuckie Egg. (o meu score é feito na versão old-school)