Foram publicados recentemente no Boletim da Sociedade Entomológica Aragonesa duas pequenas publicações de carácter faunístico sobre as aranhas de Porto Santo e Selvagens, respectivamente.
Tive a oportunidade de visitar Porto Santo devido a um estude de impacto ambiental e de receber aranhas da Selvagem Grande capturadas pela equipa do Parque Natural da Madeira.
Foram encontradas 15 espécies não relatadas para Porto Santo e 9 para as Selvagens, o que ainda é considerável, dado o baixo número de amostras/exemplares obtidos para análise. Além disso, estou, juntamente a descrever uma nova espécie de Gnaphosidae nas Selvagens e existe material de 3 géneros diferentes de Porto Santo que penso consistirem em correspondentes (3) espécies novas de aranha para ciência, apesar de ainda só ter 1 dos sexos. É portanto provável que a secção de "Island endemics" de Porto Santo seja maior do que aquela que está representada no gráfico abaixo, e tal hipótese é sustentada pelo facto de Porto Santo ser uma das ilhas mais antigas do arquipélago da Madeira e portanto ter passado mais tempo, o que poderá ter levado ao aparecimento de novas espécies.De notar também que a fauna das Selvagens não partilha senão uma espécie com a fauna endémica da Madeira, e mesmo essa não está determinada com toda a certeza já que a descrição original de Zimirina lepida é bastante antiga e não há bons desenhos disponíveis, bem como a descrição do macho. Mas é um facto que se apresenta como lógico se tivermos em conta as distâncias das Selvagens em relação à Madeira (300 km) e às Canárias (180 km).
Também de algum interesse foi o aparecimento de Synaphris saphrynis na Selvagem Grande, sendo que esta espécie foi descrita de Espanha Continental! Como as estruturas do palpo masculino são de difícil observação à lupa binocular foram efectuadas fotografias de SEM e como se pode comparar com a descrição original aparentam não existir diferenças entre os espécimes. E como há 3 espécies descritas das Canárias (o seu estatuto taxonómico ainda está por ser confirmado por outros investigadores além do taxonomista que descreveu as spp), o facto de uma espécie de 2 mm ter aparecido num rochedo no meio do Atlântico e em Espanha Continental é no mínimo intrigante.
De salientar também que muitas das spp que se revelaram como novas para estas ilhas são spp comuns e tal facto só ilustra o quão mal estão ainda conhecidas as aracnofaunas das nossas pequenas ilhas. Futuras expedições deverão revelar mais novidades.
Tive a oportunidade de visitar Porto Santo devido a um estude de impacto ambiental e de receber aranhas da Selvagem Grande capturadas pela equipa do Parque Natural da Madeira.
Foram encontradas 15 espécies não relatadas para Porto Santo e 9 para as Selvagens, o que ainda é considerável, dado o baixo número de amostras/exemplares obtidos para análise. Além disso, estou, juntamente a descrever uma nova espécie de Gnaphosidae nas Selvagens e existe material de 3 géneros diferentes de Porto Santo que penso consistirem em correspondentes (3) espécies novas de aranha para ciência, apesar de ainda só ter 1 dos sexos. É portanto provável que a secção de "Island endemics" de Porto Santo seja maior do que aquela que está representada no gráfico abaixo, e tal hipótese é sustentada pelo facto de Porto Santo ser uma das ilhas mais antigas do arquipélago da Madeira e portanto ter passado mais tempo, o que poderá ter levado ao aparecimento de novas espécies.De notar também que a fauna das Selvagens não partilha senão uma espécie com a fauna endémica da Madeira, e mesmo essa não está determinada com toda a certeza já que a descrição original de Zimirina lepida é bastante antiga e não há bons desenhos disponíveis, bem como a descrição do macho. Mas é um facto que se apresenta como lógico se tivermos em conta as distâncias das Selvagens em relação à Madeira (300 km) e às Canárias (180 km).
Também de algum interesse foi o aparecimento de Synaphris saphrynis na Selvagem Grande, sendo que esta espécie foi descrita de Espanha Continental! Como as estruturas do palpo masculino são de difícil observação à lupa binocular foram efectuadas fotografias de SEM e como se pode comparar com a descrição original aparentam não existir diferenças entre os espécimes. E como há 3 espécies descritas das Canárias (o seu estatuto taxonómico ainda está por ser confirmado por outros investigadores além do taxonomista que descreveu as spp), o facto de uma espécie de 2 mm ter aparecido num rochedo no meio do Atlântico e em Espanha Continental é no mínimo intrigante.
De salientar também que muitas das spp que se revelaram como novas para estas ilhas são spp comuns e tal facto só ilustra o quão mal estão ainda conhecidas as aracnofaunas das nossas pequenas ilhas. Futuras expedições deverão revelar mais novidades.
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