sábado, 5 de dezembro de 2009

Saída micológica, Mira

Foi um bocado agreste dado o jantar prolongado da noite anterior, mas lá nos levantámos às 7 da manhã para ir a mais uma saída aos cogumelos. A Sandra fora convidada pela professora Teresa Gonçalves para comparecer a esta saída organizada pela AAMARG, e eu fui por arrasto. Aí pelas 9:30/10:00 já estávamos no campo. Estava muita gente por lá, cerca de 100 pessoas, desde académicos a colectores tradicionais passando por muitos curiosos. Como toda a gente foi dividida em grupos que seriam (supostamente) liderados por um orientador, a Sandra tratou de orientar um grupo e eu segui atrás. Os locais escolhidos foram pinhais perto da costa. Como a velocidade de progressão dos ávidos colectores era muito grande para alguém que tinha toda a pachorra do mundo para ir achando uns macrofungos e fotografá-los, acabei por me separar do grupo e fui vagueando pelo pinhal, fotografando o que achava interessante. Encontrou-se muita coisa, tanto comestível como não comestível, desde vários Amanita, montes de Boletales (Suillus, Xerocomus e até Boletus edulis), Sarcodon imbricatus, Gymnopilus spectabilis, bastantes Tricholomas (flavovirens - míscaros, caligatum, saponaceum, etc.), Lycoperdon, Thelephora terrestris, Hygrocybe, Macrolepiota procera e rhacodes, and so on and so on.

Já na parte final da saída, a Sandra tornou-se o centro das atenções de todos ao ter encontrado uma mortal Amanita phalloides, já que foi a única a ser encontrada e era um espécime digno de ser fotografado num guia de campo.
Provavelmente o "bicho" que mais gostei de ver foi um Myxomycota que a Sandra encontrou também, talvez da espécie Leocarpus fragilis. Depois do campo, os presentes tiveram a oportunidade de ir almoçar a um restaurante que nos serviria vários cogumelos. Foi-nos dado a provar Hydnum repandum (nada de mais, a meu ver), Cantharellus lutescens (consistência diferente, parecia marisco, é bom), Cantharellus cibarius (parecia bom, mas o sabor estava difuso pois este vinha acompanhado de molho de natas) e finalmente o prato era arroz de carne cozida com míscaros. Estava bom, mas não era nada de mais. A melhor surpresa foi o Cantharellus. Depois do almoço, seguiu-se uma sessão de apresentações orais sobre temas básicos inerentes à micologia, como colher, como identificar um macrofungo perigoso e/ou comestível, etc. (o habitual para os curiosos que frequentam estas actividades). A identificação dos fungos recolhidos no campo também foi efectuada com recurso a guias, quase todos da Sandra e da prof. Teresa. Ficámos um bocado ainda a identificar cogumelos aí até as 18:00, altura em que já estávamos a ficar cansaditos e decidimos ir para casa. Ainda serviriam um lanche com os cogumelos comestíveis capturados na manhã, mas decidimos não experimentar o lanche alternativo e lá viemos para casa.

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