terça-feira, 12 de janeiro de 2010

@ RMCA, Tervuren

Já estou em casa mas aproveito para mostrar ainda duas Phoroncidia que vi no material da Etiópia que andei a separar. Uma delas assemelha-se bastante à nossa P. paradoxa, disfarçando-se de uma simples e singela poia. Porém, encontrei uma outra espécie deste fabuloso género de minúsculos Theridiidae, que possui uns espinhos engraçados.
Bem, chegou ao fim a minha estadia de 3 semanas aqui no RMCA.
A lupa ja esta desligada e toda a gente ja foi para casa.
Eu vou dentro de meia hora também, senao fico ca fechado dentro e ja nao volto para PT tao cedo...
Toda a gente aqui foi prestavel e simpatica comigo, especialmente o chefe aqui do lab, o Rudy. Ficou apalavrada uma expediçao ao litoral português para procurar a Donacosa merlijni, um licosideo interessante que ele encontrou no litoral do sul de Espanha.
Amanha a ver se ainda tento mais umas quantas caches em territorio belga.
Deverei colocar mais algumas fotos de uma ou outra aranha quando voltar a PT, ja que, nao estando no meu cpu, nao tenho o tempo e recursos informaticos decentes para meter aqui fotos em boas condiçoes.

Na foto uma Afrarchaea godfreyi, da familia Archaeidae, que so come outras aranhas e que possui uma morfologia altamente atipica com queliceras e cefalotorax altamente modoficados! Estas belezas da Natureza so existem em alguns pontos da Africa austral ou em Madagascar.

E um salticidae que mimetiza escaravelhos? na é todos os dias que se encontra. Pachyballus sp. da Etiopia.

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Quarta-feira da minha ultima semana no RMCA:


Ja falta pouco para voltar e por agora ja nao preciso de ver mais amostras, embora o faça regularmente. Ontem e antes de ontem estive a fotografar as duas especies de Gnaphosidae que estou a descrever e hoje vou conhecer mais umas familias que me sao desconhecidas. Estou constipado, e ontem entao estava mesmo mal, hoje ja estou melhorzito. A temperatura voltou a descer e hoje de manha os carros e as sebes tinham um tom esbranquiçado mas nada de muito notorio, se houver precipitaçao nos proximos dias ainda apanho neve novamente quando me for embora. A ver se tiro umas fotos de animais fabulosos antes de ir embora para vos mostrar alguma coisa do que andei a ver, pelo menos o Pachyballus tenho que meter aqui.

No fim-de-semana passado tive mais um dia de geocaching intenso no sabado, com 18 km (a chuva miudinha) nas pernas e 3 caches encontradas em 3 tentadas. So uma teve contornos de ser algo mais que uma cache facil dado o local, mas o relevo aqui é praticamente nao-existente, por isso... nao se pode pedir muito. No domingo fui a Antuerpia encontrar-me com a Raquel e amigos dela (a entidade surreal chamada To Zé nao apareceu va-se la saber porquê), tambem havia chuva e penumbra pelo que o passeio em si valeu pelo conhecimento de alguns pontos interessantes da cidade dos diamantes, mas efectivamente prefiro um passeio pela Serra de Aire e Candeeiros do que isto. Foi barata a viagem de comboio Bruxelas-Antuerpia, 7 euros e tal, porreiro.

Ontem houve foto dos cromos aqui das aranhas e tudo! Os 2 da esquerda estudam Oonopidae, minusculas aranhas (algumas couraçadas, com scutum) de 2 mm no maximo que andam nas cascas de arvores ou debaixo de pedras. Yours truly ao meio e ao meu lado direito o boss aqui do sitio o RUdy Jocqué, especialista em Zodariidae, Linyphiidae e Ctenidae, principalmente. O ultimo da direita é o Benoit do Burundi cujo primeiro nome nao me atrevo a pronunciar, e que esta a trabalhar com novas spp de Zelotibia (Gnaphosidae, ground spiders).

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Quinta-feira da minha segunda semana no RMCA:

Finalmente consigo aceder ao meu humilde blogue a partir do cpu do museu!! Nos primeiros dias quando tentava aceder isto ficava bloqueado e fechava o site...

A neve ja derreteu nas ruas desde ha coisa de uma semana atras pelo que ja nao ha neve nas ruas para enfeitar. no passado fim-de-semana ainda fui fazer umas caches nas redondezas (ou pelo menos procura-las...) e ainda havia neve nos campos, especialmente no Arboretum de Tervuren, um paraue gigante com arvores plantadas em seccoes de tal modo a fazer lembrar as diferentes partes do mundo com floresta temperada. Foi muito fixe, ja que nunca tinha visto sequoias e sao, de facto, impressionantes (Sequoia sempervirens a mais alta e Sequoiadendrum giganteum a mais grossa), tal como uma catita plantaçao florestal de Araucaria araucana. A cache foi encontrada depois das devidas voltas pelo Arboretum nevado, ja que para termos as coordenadas finais tinhamos de encontras as placas de algumas das diferentes especies de arvores (ainda dei umas voltas a procura do Fraxinus americana...).
Depois tive a pessima ideia de ir tentar outra cache que ainda ficava mais longe de Tervuren q esta do Arboretum e como era multipla, tungas, mais uns quilometros...
Foi complicada esta fase do dia, pois nao podia andar muito rapido por causa da/o neve/gelo que estava nos caminhos e no final nao a encontrei, grrrr...
No final da caminhada estava estafado e la fui eu comer uma pasta ao restaurante italiano de Tervuren, que so tem empregados italianos (Prego, signore!).
Depois no domingo ainda decidi ir tentar outra multipla que pensava que nao ia dar grande trabalho, pfff, puro engano! Acabava sempre por ir parar a caminhos demasiado enlameados para serem percorridos (sim, a neve derrete e transforma-se em agua) e acabei por logar um not found (again). No conjunto dos 2 dias fiz 26,5 km, o GPS nao engana. Mas acho que o proximo fds vai ser mais relax, ja que estou a ver se combino um encontro com a Raquel Cunha por Antuerpia.

Por esta altura ja arranjei mais uns artigos para me cultivar aracnologicamente e tambem uma copia do livro Spiders of the World e hoje encomendei uma copia do Gnaphosidae Genera of the World, que é uma boa peça de bibliografia aracnologica.
Tenho visto mais umas quantas fabulasticas aranhas nos ultimos dias e se tivesse sorte e me aparecesse um macho de um primo dos Deinopis (que vos disse para ir "google-search-ar"), um Menneus, provavelmente ate poderia descrever a espécie ja que é um genero microdiverso (3 spp.) e o Jocque atirou isso po ar como quem mostra abertura pa coisa. As duas femeas de Menneus que apareceram possuem um tuberculo no abdomen e sao bastante mimeticas, além de serem também Deinopidae, as aranhas que atiram a sua teia as presas, mas por enquanto, n'as pas de machos.
Por outro lado ontem veio aqui o Jan Bosselaers, um outro aracnologo, e ele gostou do que lhe mostrei e deveremos iniciar 2 artigos em conjunto, revisao iberica ou portuguesa (dependendo da fcilidade de comunicaçao com nuestros hermanos) do genero Apostenus (Liocranidae), com descriçao de nova espécie, e revisao iberica ou tuga (same again) da subfamilia Phrurolithinae (ant-mimics nao mirmecofagos da familia Corinnidae), tambem com descriçao de uma new species. Alem disto, um tipo tambem muito simpatico.

Devo dizer tb que um gajo fica humilde quando esta a processar aranhas africanas... Ao passo que, qd se estao a identificar aranhas tugas se fica contente quando se encontra algo de novo, aqui ficamos contentes quando encontramos uma espécie ja descrita ja que isto ainda esta quase tudo por descrever...

Bem, se isto se mantiver, pode ser que consiga postar novidades com mais regularidade embora ja falte menos tempo para voltar pa PT...
(eu sei que tenho pontuaçao e acentuaçao a falhar e italicos e assim mas o tempo urge e ainda vou ver mais umas aranhas antes de sair daqui ja que so posso estar no museu ate as 18:30 senao fico ca fechado dentro!)

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Bem, tenho de ser rapido que ja so tenho 15 minutos aqui nq biblioteca de Tervuren.
Este é o terceiro dia aui na Bélgica. A viagem no domingo passado correu bem. Foi engraçado descobrir a "pousada" onde estou, até poraue tal me obrigou a percorrer ruas nevadas! Està tudo nevado por aqui! Nunca tinha estado numa cidade nevada apesar de jà ter andado na neve aqui e acolà, especialmente no Gerês (vejam post do fim de ano). Dada a minha vocação mesmo assim prefiro a neve na montanha do aue no betão mas pronto, é sempre diferente...
Ha bocado disse pousada entre aspas porque na verdade aquilo mais se assemelha à casa de uma senhora que tem para la uns quartos vagos e deve ter uma espécie de contrato com a malta la que organiza estas bolsas.
Ontem foi o primeiro dia la no museu e o chefe la do sitio é um fixe, chama-se Rudy Jocqué e cada vez q me lembro disso vem-me à cabeça a cabeleira farta do jogador de futebol alemão Rudy Vohler ou um sketch do Big Train hilariante em que um tipo vai visitar um amigo que tem um cão gigante e lee fica a olhar pasmado durante o sketch todo (o cão chamava-se Rudy).
Tem sido muito prestàvel o homem e hoje ja me meteu a processar aranhas da Etiopia à morfo-espécie. Ja comoecei a ver coisas muito interessantes que nunca tinha visto como ogre-faced-spiders (google search por Deinopis) que atiram a sua teia à sua presa ou daquelas aranhas espinhosas (google search por Gasteracantha).

(amanhã vou tentar continuar isto ja q a minha hora esta a acabar)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Fim de ano @ Gerês

Este ano tive a oportunidade de passar o ano de um modo bastante aventureiro.
Fui convocado mais a Sandra pelo aracno-chefe Pedro Cardoso para ir com ele, a Clara e mais 2 amigos (Álvaro e Guida) até ao Gerês, caminhar pela montanha até cair para o lado. As previsões meteorológicas não eram as melhores mas foi com uma mentalidade persistente que nos aprontámos para esta aventura.
Saímos de Coimbra todos juntos no dia 30 pela tarde e ficámos instalados numa Pousada do lado espanhol em Lobios, já que estava tudo cheio do lado português quando tentámos efectuar a reserva.

Dia I (31 de Dezembro):
O plano de festividades inicial levar-nos-ía até à Serra da Peneda, começando a partir do Santuário de Nossa Senhora da Peneda.
Pelo caminho, ainda passámos pela localidade de Castro Laboreiro, berço da conhecida raça de cão com o mesmo nome e, pudemos encontrar alguns imponentes exemplares caninos pela borda da estrada.
Começámos aí pelas 10:30 da manhã (?) debaixo de chuva grossa e preparámo-nos o melhor possível. No meu caso, e apesar de ter umas sapatilhas/botas semi-impermeáveis, eram as extremidades as únicas que sofriam, mas assim que começámos a subir encosta acima o frio desaparece e a caminhada começa. Em muitos momentos o trilho mostra vontade de ser regato e os pés têm de ser colocados com cuidado para não escorregar (grande invenção essa dos batons de caminhada!). Depois de chegarmos a mais ou menos 1000 metros de altitude eis que a chuva se condensa e se transforma em neve. Nunca tinha visto nevar, apesar de já ter estado em locais nevados... Debaixo de um pequeno nevão loguei a cache Stairway to Heaven e prosseguimos em direcção a São Bento do Cando. Depois de muito calcorrearmos chegámos a um ribeiro que corria forte no vale que nos separava da povoação e como a travessia se afigurava demasiado perigosa e arriscada, decidimos voltar para trás. Grande seca, voltar para trás aqueles quilómetros todos... (?) Não, puro engano, ao subir a encosta do vale até uma razoável altitude, reparámos que a neve cobria agora quase todo o piso que anteriormente pisávamos, fosse ele castanho, verde ou cinzento. E durante a maior parte do regresso a grande altitude, o vento era pouco e a neve caía calma e vagarosamente pelo que a beleza da paisagem era indescrítivel e apreciada por todos como se tivéssemos sido presenteados pela mãe Natureza pela molha e esforço inicial. Regressámos aos carros no Santuário pelas 16 da tarde, ainda sem almoçar nada que fosse digno da designação de almoço, e apesar da fome existir em todos, não nos fazia percorrer os últimos metros em jeito de sacríficio, tal era a brutalidade dos cenários com que nos deparávamos.
Caminhada total: mais ou menos 12 km e subida até 1050 metros mais ou menos.
Dia II (1 de Janeiro):
Devido ao imperfeito estado de saúde do Pedro (o jantar caiu-lhe mal, a carne não devia estar fresca), no 1º dia do ano fizemos o percurso mais leve de todos os que tínhamos na mira. Fomos até Vilar da Veiga e fizemos o trilho das Silhas dos Ursos que ainda assim nos levaria até aos 1000 metros de altitude sensivelmente. Ora, antes de mais o que é uma silha? Era basicamente um grande calhau de granito com um topo liso onde eram colocadas as colmeias para que os ursos não lhes pudessem chegar. É claro que agora não existem ursos no Gerês, mas as silhas lá permanecem, mesmo sem as colmeias... Este percurso continha uma cache múltipla escondida na montanha, e a busca da mesma foi o que liderou a caminhada até ao seu destino.
O declive a vencer não foi tão acentuado como no dia anterior e o São Pedro esteve mais porreiraço com a malta pelo que só apanhámos uns chuviscos já na parte final da caminhada. Parámos para almoçar no ponto mais alto do percurso com uma bela vista sobre os vales. Como disse o Álvaro: "Nós somos uns privilegiados por almoçar num sítio destes." Findada a refeição, altura para prosseguir, encontrar e logar a cache, para depois decidirmos se continuávamos em frente até ao Campo do Gerês ou se voltávamos para trás até aos carros. Um pequeno calhau de granito decidiu por nós e lá fomos a descer os vales até ao Campo do Gerês. Ainda tivemos que atravessar alguns ribeiros de pedra em pedra, com todo o cuidado para ninguém cair à água, mas tinha mesmo que ser já que não havia outro caminho; num caso em que a água corria com alguma força esta travessia fez subir os níveis de adrenalina no sangue de todos, mas correu tudo bem, e no final da caminhada os meus pés estavam secos. Chegados ao Campo do Gerês, altura para recuperar forças com um cházinho de menta e uns Goodies num café local, antes de ir buscar os carros para irmos jantar num restaurante localizado na mesma povoação.Já depois do jantar, e quando já todos pensávamos no banho quente enquanto regressávamos de carro para Lobios através da Mata de Albergaria, fomos presenteados com um bónus da Mãe Natureza já que um rabo felpudo se atravessa à frente dos nossos carros. E quando todos julgávamos que já não voltaríamos a ver o dono do rabo felpudo eis que, curiosamente, uma pequena raposinha vem ao encontro do nosso carro, e depois de nos fitar durante uns segundos, se volta a dirigir para o mato. Foi um encontro que deliciou os presentes, que estavam todos a lidar com os incontáveis buracões presentes na estrada de terra batida que passa pela Mata de Albergaria. Chegados à pousada, xixi - cama.
Caminhada total: talvez mais uns 12 km

Dia III (2 de Janeiro):
Para o último dia estava guardada a caminhada mais extensa, mas nem por isso a que tinha declives mais acentuados. Do lado espanhol, fomos fazer o trilho da Mina das Sombras, que nos levaria até às r
uínas da Mina que fora usada para extrair volfrâmio para as blindagens dos variados objectos bélicos usados na 2ª Guerra Mundial. Ainda andámos às voltas até encontrarmos o estacionamento numa igreja de pedra, mas acabámos por passar por um pequeno grupo de cavalos que estavam aparentemente a vaguear pelos campos, sem dono, e comunicámos com um nativo que andava numa caçada e nos indicou o caminho certo. Depois de chegar à igreja, lá começámos a calcorrear montes em direcção à Mina das Sombras. O caminho ficava num vale que serpenteava pela montanha e que nos oferecia constantes cascatas e regatos para observar e saltitar, respectivamente. À medida que subíamos em altitude, o cansaço acumulado começava a fazer-se notar e eu e a Sandra fomos a um ritmo mais lento que os trekkers mais experientes que nos acompanhavam. Foi de facto, uma bela caminhada. No Gerês, no Inverno, tudo é água. O chão que noutras alturas está seco transforma-se em água, as cascatas cospem com raiva e a força dos rios impõe respeito. Já bastante perto da mina, voltamos à neve. A chegada à mina, porém, não foi lá muito do meu agrado, porque depois de saltar tanto regato e poças para manter os pés secos tinha que passar por um chão em forma de charco, já que não havia local onde meter os pés sem os levar à água, e pronto, tanto esforço e lá estou eu de pés molhados, novamente. Isto porque a quantidade de água que saía da mina era tanta que todo o local estava encharcado. Parámos nas ruínas para almoçar qualquer coisa e entreguei o GPS à Sandra para ela ir procurar a cache que estaria à entrada da mina, juntamente com o Pedro, já que o grau de impermeabilização deles era maior que o meu. Ainda assim, não dava para entrar na mina e a cache lá ficará, para uma outra oportunidade. Depois de ingerir alguma power-food lá começámos a rota de descida, e como parar é morrer, especialmente com patas molhadas, senti-me com energia novamente, e tal também se terá devido aos 2 triângulos de Toblerone gigantes que me foram oferecidos pelo Álvaro e pela Guida. Ainda passámos por 2 espanhóis e alguns tugas (eu não vi os tugas, estavam dentro de um edifício que estava a meio caminho e como ía à frente nem reparei que estava lá gente), mas deviam ser "meninas", já que encontrámos um jeep estacionado uns metros mais à frente. No final, chegados aos últimos metros destes 18 km, já pensávamos no que se seguiria: uns banhos no spa natural que existe na povoação de Bubaces. Então lá fomos de volta à pousada, buscar a roupa adequada, e já em Bubaces, aí nos pusemos de molho durante cerca de duas horas, para curar o desgaste físico efectuado nestes últimos 3 dias. Chegou a chover enquanto lá estivemos mas era como nada se passasse no resto do mundo...
No dia seguinte era altura de ir embora e voltar a casa. Nos últimos relances que tivemos do Gerês, as nuvens baixas que se deslocam por entre os vales e as quedas de água que se vêm regularmente foram a despedida da Natureza invernal desta montanha, que nos proporcionou 3 dias de exercício físico intenso e que, juntamente com a boa companhia fez com que esta passagem de fim de ano se tornasse um dos pontos altos de 2009 e de 2010.

Reminder: comprar luvas e calçado 100% impermeável para a próxima aventura do tipo.
Nota: batons de caminhada dão, de facto, um certo jeito... :)